Quando a realidade bate a porta

Sabe quando você faz planos, principalmente aqueles que você faz com 17, 18 anos? E sabe quando você percebe que eles não vão acontecer? Sabe esse sentimento? Isso que incomoda que te faz questionar sua capacidade e todo o caminho e todas as escolhas que você fez até agora? É bem aí que eu estou...
Esse ano marcou minha vida, porque abandonei os sonhos e encontrei a realidade. E pelo menos para mim ela não é nada amigável. Mas verdade seja dita, o que me incomoda e o que me deixa triste não é o fato dos meus sonhos não se realizarem, e sim o fato de que eu não sei por que eles não aconteceram, seria porque não sou merecedor e porque não sou merecedor, onde errei? Se não é pelo fato de ser merecedora, então por quê?
Eu sei que tudo isso são questionamentos comuns do ser humano, portanto, não posso evitar, por mais que eu ore a Deus explicando que eu não duvido da obra dele na minha vida, mas que seria bom ter uma resposta concreta.
Penso se já fiz ou se faço o suficiente e oro por uma luz, uma indicação de que caminho seguir, mas o momento parece não favorecer, a idade pesa, a falta de algumas conquistas básicas e a eterna dúvida da minha capacidade me deixa cada vez mais longe da pessoa tranquila e feliz por completo que já fui.
Estou fazendo que está ao meu alcance e espero pelo que esta por vir...seja lá o que for.

Pacto com o tempo

Hoje a caminho de casa na hora do almoço vi duas amigas se despedindo alegremente e isso me fez lembrar quando eu voltava da escola com meu grupo de amigas e elas iam ficando pelo caminho e por fim eu chegava em casa sozinha, mas feliz, muito feliz.
Senti uma saudade desse tempo, quase chorei, lembrei uma a uma das minhas amigas, o caminho que nós fazíamos e a casa de cada uma delas. Hoje tudo está diferente, umas nem mesmo estão mais no país, outras estão casadas, outra fora do estado e algumas ficaram por aqui.
Mas o que mais me fez sentir falta de momentos como esse foi a simplicidade e o descompromisso que eu, nós, víamos a vida naquela época, o futuro era uma selva e nós só pensávamos que ainda faltava muito pra chegar até ela, parece que eu fui dormir e acordei dentro dessa selva.
Fiquei pensando, se fosse possível, faria um pacto com o tempo, voltaria aos meus 12 anos não para mudar alguma coisa, mas só pra poder reviver tudo aquilo. Sentir aquela liberdade e aquela leveza onde pouco me importava o futuro, o importante era o novo Cd dos Backstreet Boys, a prova de história, o olhar daquele garoto na minha direção, matar aula de matemática para ficar na quadra de educação física...Deus que saudades de tudo isso!
Mas no fim, quando cheguei em casa uma felicidade invadiu meu peito, você tem muita história para contar, disse uma voz baixinho dentro de mim e então tudo parecia certo de novo, afinal tudo tem um tempo certo para acontecer, essa minha fase despreocupada já passou agora é a hora de fazer a diferença e escrever novas histórias sendo uma adulta quase tão responsável e divertida como fui quando criança e adolescente.

Estive pensando...

Veja só como é a vida, tantas coisas acontecendo nesse momento e eu com esse otimismo que não me abandona!

Desde o começo deste ano uma sucessão de fatos, bons e ruins, tem acontecido na minha vida, não só particularmente, mas também no que se refere a toda a família. Tá eu sei que todo mundo tem isso, mas sabe quando parece que você não tem trégua? Mal resolveu uma coisa já tem outra, normalmente pior, para resolver; é essa a situação.

Ao que diz respeito a mim eu sei o que fazer, mas, com os outros eu faço o que está ao meu alcance. Muitas vezes eu não resolvo a situação, mas ajudo. No começo dessa tempestade todas as coisas estavam mais complicadas, eu estava longe de Deus, quando acordei para esse fato tudo ficou mais calmo.

É claro que a tempestade não se dissipou, mas, agora meu barco tem um comandante e eu sei onde quero chegar, por qual caminho seguir e confio que tudo vai ficar bem, por que já está bem.

Dessa lição eu me lembrei do já sei há muito tempo, mas nós sempre esquecemos, de que Deus está sempre comigo quem deixa de estar na presença Dele sou eu! Só que é mais fácil pensar que Ele, alguém que não vemos ou tocamos, é que nos abandonou afinal Ele não vai te cutucar e dizer “ow! Eu estou aqui, quem se esqueceu de mim foi você!”

Deus é paciente e ele sabe que se não for pelo AMOR nos achegaremos a Ele pela DOR.
Agora vou continuar caminhando e tentando não sair da presença da única pessoa que de fato quer meu bem sem me julgar ou cobrar.

ps.: lá no começo quando falei do "otimismo" você sabe que eu me refiro a Deus, certo?!?! ;)

...

Tenho pensado muito nessa semana que passou e isso não é bom. Pensar na vida não é algo que se deve fazer, a não ser, é claro, quando se tem uma importante decisão para tomar. Eu não tenho.
Nessa primeira semana do novo ano palavras como ânimo, vontade, fazer e acontecer definitivamente não estiveram presentes no meu dia-a-dia. Sei lá sabe bateu uma nhaca uma vontade daquelas de ser rica e não ter que trabalhar não pensar em ter uma carreira e nem me preocupar por estar sozinha.
Tentei diversas vezes respirar fundo e pensar que amanhã seria melhor, mas ai descobri que meu otimismo também se foi, cansei. Durante vinte e seis anos fui uma otimista agora, confesso, já não penso mais que as coisas vão dar certo pra mim e que meu caso de solterice aguda tem jeito. Agora sei que nunca serei o que eu sempre desejei e não terei o que sempre quis.
Nem me venha dizer que perdi a fé! Ela pode estar mais fraca, mas não a perdi, apenas estou me acostumando com realidade, detestável, de que passei mais tempo sonhando do que executando. Ai você pensa “mas você fez tanta coisa já!” e daí? Pelo que eu posso ver isso até o momento me deu estabilidade, mas não consegui atingir as metas que queria. É queria, agora já não faço questão, quero ser só mais um cidadão nesse mundo louco onde você ganha o suficiente para pagar as contas que tem e ainda vive com os pais!
Acho que quero continuar assim todos os dias jogando na minha própria cara a pessoa que eu quis ser e a qual me tornei. Antes a dura realidade do que a doce ilusão de que um dia serei uma profissional reconhecida e terei alguém do meu lado.

Poderia ser assim

Bom dia especial para você...
- será que é para mim? Af, não pode ser pra qualquer uma, um sinal eu só queria isso...
- acho que você deve ser mais direta, chega e fala o que sente , o que quer...
- não, vai com calma ele pode estar meu confuso ainda, afinal de contas a poucos dias ele estava em um relacionamento.
- eu sei disso por isso quero ficar, curtir ver o que acontece...
- então é isso! Fala isso pra ele, assim você vai saber por onde seguir.
- queria que a conversa com ele fosse simples assim...

sentimento

- nossa, mas ele nem é tão bonito, o que você viu nele?
- não é só a beleza, é o que ele é, é o sorriso, é um conjunto de fatores...
- se vocês ficarem juntos, não vai ter vergonha de assumir?
- vergonha eu teria se negasse esse sentimento...

Uma nova pessoa?

Tudo começa como é de costume, um momento com a mente vazia e você resolve pensar na vida, isso é muito complexo porque o assunto é complexo. E ela resolve fazer essa revisão bem no dia do seu aniversário, não foi o dia mais feliz da sua minha vida ela mal conseguia se sentir a vontade nesse “dia só dela”, só queria que ele acabasse logo. Estranho este comportamento porque no fundo celebrar é meio que o seu sobrenome já que ela gosta de um agito e de compartilhar com os seus. Cabisbaixa, a única conclusão que faz sentido é que ela perdeu toda a vontade de celebrar, que agora ela é como a maioria das pessoas que celebra por celebrar sem ter aquele sentimento especial, que agora, para ela é só uma lembrança.
Não tem como saber se foram vários os motivos para essa perda ou se algo único a deixou assim, ela tem visto muita coisa na qual acreditava desmoronar, não dá pra apontar uma causa e deixar as demais de lado, todos são culpados. Agora que ela é alguém mais do que normal se sente como se tivesse nascido novamente, precisa se adaptar e torcer para que seja um sintoma passageiro e não algo fatal.
Outro dia ela me confidenciou que perdeu a fé no ser humano, que já desistiu de ajudar porque sempre, de alguma maneira, ela saia machucada no final o que não faz sentido já que o propósito de ajudar é fazer o melhor e não levar a pior. Tentei justificar dizendo que talvez ela venha ajudando pessoas erradas, pessoas que não querem ser ajudadas, que na verdade querem apenas ser vitimas e viverem como tais. Talvez... ela me respondeu, mas continuou dizendo que perdeu a confiança, e isso é muito difícil de readquirir, aí fiquei sem saber o que responder, provavelmente porque não há resposta.
Fato é que ela mudou, mudou com quem precisava e agora as pessoas estão estranhando essa nova pessoa que perdeu a fé no ser humano e que dificilmente confia em alguém e que se importa mais com ela agora, deixando um pouco que os outros aprendam sozinhos, que batam cabeças, que tropecem que se machuquem e que venham procurá-la.